O rio acompanhou o crescimento da cidade, que despejava ( econtinua despejando) em suas águas todo tipo de efluente. Esse crescimento urbano, evidenciado pelo surgimento de bairros populosos e sem infra-estrutura de saneamento básico, juntamente com a instalação de atividades industriais nas margens do rio, intensificou a carga de poluentes lançados diretamente no rio, muitas vezes in natura, contribuindo para um agravamento no quadro de degradação e poluição ambiental.
Vários estudos sobre a poluição do rio detectaram elevados índices de poluição química e biológica. Aquela, caracterizada, principalmente, pelo lançamento de metais pesados, muitas vezes tóxicos aos seres vivos, que se depositam no fundo do rio.
Quando solubilizados, estes metais podem ser absorvidos pela cadeia alimentar aquática, isto é, podem ser ingeridos por peixes, crustáceos ou qualquer outra espécie aquática. Isto é preocupante, pois alguns metais possuem características de bioacumulação. Ou seja, se a concentração de metal corresponde, por exemplo, a X, quando ingerido por um peixe, pode acumular para 2 X, e assim por diante ao longo da teia alimentar.
Quando essas espécies chegarem a ser consumidas pelos homens, podem ter bioacumulado metal suficiente a ponto de aumentar o seu potencial tóxico e provocar sérios danos à saúde humana.
Este é um problema preocupante, pois são muitas as famílias que sobrevivem do pescado do rio Potengi, comercializando-o ou consumindo-o diretamente.
É certo que o rio Potengi, assim como todo e qualquer ecossistema possui (ou possuía) uma capacidade de suporte que permite autodepurar a poluição ambiental. Com o desastre da última semana, percebe-se que essa capacidade já foi há muito ultrapassada.
Pode acontecer do rio recuperar a sua qualidade(?) anterior, mas jamais irá se recuperar se não houver uma intervenção política destinada a sanear a poluição do rio. É preciso atuar nas causas, mas também em algumas conseqüências já comprovadas.
Por: Wendson Medeiros
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