Nova Ponte sobre o Potengi no futuro

Postado por Estuário do Potengi em

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, confirmou durante uma entrevista à Rádio, que irá construir uma terceira ponte sobre o Rio Potengi. Na entrevista, ele justificou que a construção da terceira ponte vai ser uma alternativa para os trabalhadores e moradores da Zona Norte que atravessam diariamente o Rio Potengi, o que economizaria tempo e levaria uma melhor qualidade de vida para a população.

A proposta de uma nova ponte sobre o Rio potengi já foi apresentado à Câmara municipal há alguns anos, mas somente em 2014 a STTU confirmou um estudo para possibilidade da obra. A Prefeitura do Natal e o Governo do Estado já conversam sobre a possibilidade da construção da ponte para 2015.  Em janeiro, o assunto será discutido com maior profundidade.

Um novo acesso para a Zona Norte de Natal tem sido uma prioridade para 2015 e já repercute positivamente para quem utiliza as duas pontes, isso levará a um melhor desafogamento do transito, principalmente em horários de pico daquela região.
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O Drama do Mangue dos rios Potengi e Jundiaí

Postado por Estuário do Potengi em

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

por Pedro Neto
A ZPA-8, também conhecida como Mangue, abrange os manguezais que estão localizados no estuário dos rios Potengi e Jundiaí em ambas as margens.
O município apresentou recentemente proposta a Câmara de Vereadores propondo zoneamento ambiental em três subzonas: Subzona de Preservação (SP), de Conservação (SC) e de Uso Restrito (SUR).
Ocorre que até a presente data nada foi definido, pois ainda não houve acordo quanto ao projeto apresentado.
Na SP, que contempla o manguezal, está proibido qualquer tipo de parcelamento do solo, movimentação de terra e construções, salvo os casos que se destinem a obras de interesse público ou para implantação de equipamentos.
Já a Subzona de Conservação (SC) objetiva proteger as encostas que apresentam áreas de vegetação. Nelas, estão permitidas atividades como turismo sustentável, valorização cultural e educação ambiental.

No tocante a SUR surge ai o ponto mais delicado já que compreende a área em torno das avenidas João Medeiros Filho, João Francisco da Motta e Presidente Raniere Mazilli.
O órgão responsável que é a Semurb entende que existe a possibilidade de ocupação respeitando alguns limites de gabarito e ocupação territorial.

Para os que não sabem a ZPA-8 ocupa uma área de 2.200 hectares.
Acontece que de acordo com a Semurb, 82% desse total é formado por mangue e 16% já foi ocupado.
Já os 2% restante – cerca de 40 hectares – são disputados pela Semurb e o Sinduscon-RN.
Para o sindicato é possível ocupar essa área de forma mais contundente, pois eles entendem que isso não é área de mangue.
Já o MP alega que 96,5% da ZPA-8  encontra-se em Área de Preservação Permanente (APPs).
Por isso, a promotora Gilka da Mata entende que a ZPA-8 precisa ter uma natureza diversa, focada na recuperação das áreas degradadas e para minimizar os impactos negativos da ZPA.
Para resumir o que podemos observar em tudo isso é que a ZPA-8 continua sendo um grande tabuleiro, onde poder público, ambientalistas, empresários e população como num todo, não conseguem se entender.
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A Cultura de Massa e Produção de Sentido

Por Boni Neto

O grande filósofo grego Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.) foi um grande estudioso da estética e da arte, além de se interessar em áreas como teatro, música e ética, âmbitos que inspiravam os mais diversos artistas talentosos, que produziam ora obras que podiam ser caracterizadas como belas, ora como feias. Diferentemente de seu tutor, Platão (428/427 a.C.–348/347 a.C.), Aristóteles acreditava que a arte era a representação do mundo e a beleza pertencente ao concreto e mundano, algo inerente à natureza do homem, ou seja, que estava ao seu redor; assim sendo, o belo aristotélico prezava por elementos como simetria, equilíbrio e ordenação, repudiando caos e desordem. Em seu conceito, a beleza seria dividida em duas categorias: o harmonioso e o desarmonioso. Cada uma destas, subdividas em quatro subcategorias: risível, cômico, feio e horrível para o desarmonioso; belo, gracioso, sublime e trágico para o harmonioso. Para os seguidores dos ideais de Aristóteles, "caçar" na natureza tais características estéticas, é algo que pode ser feito nos mais diversos elementos encontrados no cotidiano.

Em visita à área conhecida como “Estuário do Rio Potengi”, também conhecida como Zona de Proteção Ambiental 8, descobrimos que alguns destes conceitos da beleza aristotélica podem ser facilmente identificados no ambiente se pararmos para tentar encontrá-los. Ao chegarmos, deparamo-nos rapidamente com um retrato da pobreza dos ribeirinhos: casinhas humildes e mal-feitas, odor putrefato de esgoto, animais de estimação acometidos de horríveis doenças... Não demorou muito para acharmos focos de poluição, que evidenciavam um ambiente feio e largado ao acaso, castigado, também, pela ação dos próprios moradores. Algo que costumava ser belo, agora é maltratado com a desova de lixo e despejo de efluentes de grandes empresas, sem quase nenhuma ação incisiva, por parte de habitantes, voluntários ou políticos, que possa impedir que isto continue a acontecer.

Enquanto avançávamos na jornada pelos arredores do Potengi, visando registrar o máximo possível, conhecemos os ribeirinhos, que moravam praticamente debaixo de uma ponte. Lá, os moradores nos receberam com inesperada e um tanto cômica hospitalidade; entrevistamos uma senhora, viúva e mãe de filhos de variadas idades, que relatou-nos sua triste história de vida, mas de uma maneira bem-humorada, para nossa surpresa. Ao mesmo tempo em que ouvíamos atentamente a narração da senhora, que também criticava com ironias os risíveis esforços dos políticos para salvar aquela região, os outros moradores dançavam e festejavam, enquanto esperavam a churrasqueira aquecer a carne que estavam preparando para um grande banquete de vizinhos.

Com o avanço da exploração, pudemos ver, com certo alívio, que nem só de miséria vive as bandas do Rio Potengi atualmente. Há vida saudável, representada pelos pequenos e graciosos caranguejos que povoam os mangues; as vistas dos mais variados ângulos da região do estuário do Rio Potengi são impecavelmente belas; e o por do sol, especificamente naquela região, é algo sublime, que com certeza contribui para que o Rio Potengi continue a ser visto como um dos principais cartões postais não só de Natal, mas também de todo o Rio Grande do Norte, a despeito da forte e diversificada poluição que estraga o lugar.

É uma pena, portanto, o trágico e sombrio destino que aguarda o Rio. Todo dia entulhos, detritos e os mais nocivos tipos de lixo são jogados em todos os cantos daquele lugar. Pouco é feito para tentar reverter a situação. Muito em breve, o pouco ecossistema saudável que ainda sobrevive ali, deve desaparecer. Talvez os moradores do local ainda não percebam a gravidade da situação, mas todo esse injusto castigo aplicado no Potengi não passará impune. No futuro, certamente, a natureza cobrará seu preço por tanto descaso e irresponsabilidade com um dos pontos de referência mais lindos que Natal tem.

Como bônus, acabamos descobrindo, também, que a Ponte Newton Navarro, que liga a Zona Norte à Zona Oeste de Natal, e passa por cima do Rio, foi assim batizada por uma razão especial. O verdadeiro Newton Navarro (1928-1992) foi um dramaturgo, poeta, desenhista e pintor. Dentre as inspirações que povoavam suas obras, estava o Potengi. Confira abaixo alguns desenhos do artista, devidamente homenageado, que era apaixonado pelo Rio Potengi e por sua cultura.


Créditos das obras de Newton Navarro: overmundo.com.br
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Biblioteca Central da UFRN sedia exposição fotográfica sobre o Rio Potengi

Postado por Estuário do Potengi em

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Por Augusto César Wanderley



No dia 13 de Novembro, às 19h, acontecerá uma exposição fotográfica na Biblioteca Central da UFRN (Zila Mamede) intitulada "Tributo ao Rio Potengi", com fotos de toda a área que cerca a ZPA 8. Os responsáveis por este tributo são os fotógrafos Alexandre Carvalho, Carla Belke e Leila Florêncio. A exposição ficará até o dia 13 de dezembro.
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Sete anos de Mortandade

Postado por Estuário do Potengi em

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Uma das maiores mortandades que o estado do Rio Grande do Norte já viu, completou 7 anos no mês de julho. Ambientalistas e ribeirinhos foram testemunhas oculares do acontecido.

Por Augusto César Wanderley

No ano de 2007, cerca de 40 toneladas de peixes, crustáceos e moluscos morreram devido à poluição nos rios Potengi e Jundiaí, os animais mortos cobriam o solo e na maré baixa se via os espécimes pendurados na vegetação. O Idema (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte) apontou como culpado a empresa de carcinicultura Veríssimo e Filhos Ltda. Em um mês a Labomar (Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará) e a comissão de especialistas da UFRN apresentaram documentos confirmando que a empresa despejou efluentes durante uma despesca de um viveiro de 28 hectares no rio Jundiaí. A concentração de amônia e outros materiais orgânicos despejados durante esta despesca foram fatais para os seres que ali viviam. O que tornou mais fácil a matança foi o baixo nível da maré e a poluição que já assolava o rio, asfixiando os seres vivos.

Os animais terrestres também foram vitimas desta poluição, cachorros, garças, galinhas e outros animais que se alimentavam dos peixes e dos crustáceos também foram a óbito. Alguns ribeirinhos chegaram a adoecer neste período. Por falta de analises no dia da mortandade o processo não foi adiante, sendo assim ninguém foi responsabilizado pelos danos, não havendo multa ou reparação dos danos.

Este episódio causou muitas brigas judiciais do governo com a principal empresa acusada, após um conjunto de erros, descasos e fraudes, não houve um desfecho para o caso. Mesmo depois desta mortandade, a ZPA 8 não foi regulamentada. Quanto o ambiente ainda terá que sofrer para realmente receber o cuidado que merece?!
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O milagre da vida no Rio Potengi

Postado por Rodrigo Ferreira em

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

“O rio é um milagre". José Maurício de Sousa tem 85 anos e não entende nada de pesquisas acadêmicas ou de ciência. Mas sabe tudo sobre rio. O rio Potengi, o maior e mais importante do Rio Grande do Norte, é um velho conhecido desse agricultor aposentado. A palavra "milagre" define o assombro de Zé Maurício, como ele é conhecido no município de Barcelona, a 86 quilômetros de Natal, diante daquilo que é,  para o agricultor, a fonte de toda riqueza e o sustentáculo da vida naquelas paragens: o rio, utilizado para dar de beber aos animais, na roça e nos afazeres domésticos.
adriano abreu
Grupo de estudos do programa Território da Cidadania Potengi está em campo fazendo pesquisas para elaboração de diagnósticoGrupo de estudos do programa Território da Cidadania Potengi está em campo fazendo pesquisas para elaboração de diagnóstico

Mesmo sem entender de ciência, Zé Maurício concorda com os acadêmicos. Há anos ele percebe o milagre do Potengi desfeito pouco a pouco. De divino, o rio tem se tornado humano, demasiado humano, com o passar dos dias e o aumento do uso irracional, desmedido, dos recursos que o "milagre" põe à disposição dos moradores dos arredores. O rio da infância e adolescência do agricultor não existe mais. E hoje Zé Maurício é obrigado a conviver com águas mais rasas, mais salgadas e com menos diversidade de plantas e animais. Tudo fruto da degradação.

O agricultor de 85 anos é um dos personagens do "Diagóstico da Bacia Hidrográfica do Rio Potengi", realizado pelo programa   Território da Cidadania Potengi, a partir de uma equipe multidisciplinar de 48 pessoas, entre geógrafos, biólogos, agrônomos, entre outras especialidades. O objetivo é levantar os usos do rio no chamado médio curso, entre São Tomé e Ielmo Marinho, além das relações das comunidades ribeirinhas com o Potengi. Segundo o coordenador técnico de campo do projeto, Johan Adones, não há estudos sobre essa parte do curso de água. A Academia tem se concentrado no estuário, nas cercanias da capital.

Agora, é hora de falar com pessoas como Zé Maurício para entender as transformações pelas quais o rio tem passado. E uma das falas do agricultor dá uma pista importante sobre o que tem acontecido. "O rio está mais salgado porque esses riachos que caem nele ficaram salgados", explica, ao ser perguntado sobre o gosto da água, que vem mudando. Johan Adones usa o vocabulário científico. "Os afluentes do rio Potengi passam pelas cidades e trazem consigo boa parte da poluição que coletam nesses centros urbanos", diz.

Até o início do atual estudo tinham sido catalogados, de acordo com Johan Adonis, quatro principais afluentes no rio. Contudo, percebe-se uma grande disparidade quando se percorre a extensão do Potengi.  "Não temos o número fechado, mas encontramos uma quantidade muito superior a essa. Como não há estudos sobre essa área, esses afluentes não estavam no mapa", justifica. Esses afluentes, riachos em sua maioria, são responsáveis em grande parte pela contaminação do rio. Nada que se compare à quantidade encontrada no estuário do rio, nas proximidades de Natal, onde a maior quantidade de pessoas e indústrias resultam em altos níveis de poluição. Mas a marca do uso inadequado também está no médio curso.  

Uma característica bastante citada pelos sertanejos é o "enlarguecimento" do rio. Jovens ou idosos, a percepção de que o rio está mais largo, e por consequência também mais raso, é disseminada entre todos os agricultores das cercanias. Mesmo apontando com exatidão a consequência mais visível do processo de "assoreamento" - águas largas e rasas - são poucos os que identificam o causador, ou seja, o desmatamento nas margens do rio. Trata-se de um processo comum, bastante presente na maioria dos rios brasileiros. "Discute-se hoje, no novo código florestal, o limite entre a mar-gem do rio e a área passível de ex-ploração, mas não adianta nada discutir isso se o limite não é aplicado. Hoje não há aplicação da lei", diz Johan.

Como as margens são mais férteis, os donos de terras e agricultores preferem plantar por ali, muitas vezes até de forma "inocente", pela simples ato de repetir a tradição. Sem a proteção natural da mata, tudo o que o vento traz, como areia, por exemplo, acaba se depositando no leito do rio, que fica mais raso. Sem a proteção natural da mata, as águas se espalham tornando o curso mais largo. E assim, aos poucos, o "milagre" vai sendo desfeito.

Comunidades

As muitas entrevistas com as comunidades ribeirinhas no médio curso do rio Potengi mostram um perfil semelhante. No geral, os agricultores e pescadores daquela região identificam o rio Potengi de forma semelhante a José Maurício de Sousa: como um "milagre", ou seja como o elemento através do qual a prosperidade da vida naquela região se torna possível. Da mesma forma, os usos do rio, adequados ou inadequados, se repetem nas palavras dos ribeirinhos.

O lixo é principalmente queimado ou enterrado por ali. Poucos são os casos de coleta. A equipe flagrou, contudo, a existência de "lixões", o que demonstra que mesmo com a coleta, o processo não está livre de problemas ambientais. Além disso, o esgoto é eminentemente destinado para fossas sépticas. A água utilizada vem de adutoras, ou então é recolhida em cisternas. Na maioria dos casos, somente os animais bebem diretamente do rio. A água dos afazeres domésticos também é do Potengi.

Os moradores vivem com rendas de até um salário mínimo e plantam feijão, milho e capim principalmente. Eles percebem, no geral, problemas nos usos que fazem do rio, embora nem sempre identifiquem as mudanças pelas quais as águas vem passando como fruto da atividade humana.

Grupo constata poluição e assoreamento no curso do rio

Poluição nos afluentes e assoreamento do leito do rio são apenas algumas das situações com as quais o grupo do projeto "Diagóstico da Bacia Hidrográfica do Rio Potengi" se depara durante o trabalho de campo. Como não há estudos sobre a área atualmente investigada, a equipe tem percorrido a pé todo o curso do rio. No trecho em questão, o rio não é perene, dependendo das chuvas para ficar cheio. É justamente nesse período quando não há chuva suficiente que o trabalho realizado. Com o rio seco, os pesquisadores andam no leito, entre pedras, fios de água e areia fofa. A paisagem em muitos momentos chama a atenção pela beleza. A idéia é terminar a parte de campo em fins de julho, dependendo do volume de chuvas e do estado do Potengi.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE se juntou ao grupo coordenado por Johan Adonis em um domingo (19/06) para acompanhar parte do trajeto no município de Barcelona. O grupo, além de vários especialistas, contava também com um guia, conhecedor dos caminhos por dentro do rio, e também dos afluentes daquela região. O marco inicial foi a divisa entre São Tomé e Barcelona. Além de entrevistar os moradores da "beira" do rio, a equipe também georreferenciou pontos importantes, como afluentes, poços e árvores representantivas da região.

Como se trata de um trabalho de identificação e reconhecimento, conseguir posicionar, através de um GPS, onde estão os afluentes, poços, barragens, quais áreas de degradação, etc, é fundamental. "Esse trabalho servirá para identificar potenciais turísticos, por exemplo, ou pontos onde já é necessário um trabalho de recuperação. Então, é um ponto de partida para definir uma política de tratamento em torno do rio", explica Johan. A identificação de árvores representantivas - seja pela antiguidade ou por se tratar de uma espécie em extinção - é um outro ponto importante. "Vai permitir o monitoramento, daqui a algum tempo saber se essas árvores continuam assim", resume.

O trabalho de campo é comple-mentado com visitas nos pontos de degradação nas cidades e entrevistas com membros do poder público. Lixões, abatedouros, locais de despejo de material de fossa. Tudo isso já foi encontrado pelas equipes nas cidades que circundam o médio curso do rio Potengi. Um dos principais calos na parte relativa aos centros urbanos é o despejo de esgoto sem nenhum tratamento nas águas do rio, o que também ainda acontece em Natal e cidades vizinhas, embora em percentuais menores. O esgoto é despejado em algum riacho que é afluente do rio, o que causa um dano semelhante. "Esses afluentes trazem boa parte da poluição encontrada no rio", resume.

Em um dos pontos da caminhada, o grupo conseguiu flagrar um dos motivos do assoreamento, para além da retirada das matas ciliares: o comércio de areia. Um caminhão e uma escavadeira retiravam areia do leito seco para o que os operários alegaram ser uma obra em um município vizinho. Não havia sombra de fiscalização no local. "É algo que acontece bastante, a retirada de material do leito do rio. Será uma das questões relatadas no trabalho", expõe Johan.


Por Isaac Lira
Link: http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-milagre-da-vida-no-rio-potengi/187533
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Novo plano diretor de Natal só fica pronto em 2016

A revisão do Plano Diretor de Natal permanece há sete anos sem uma definição. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), ainda não há prazos definidos para a conclusão do planejamento responsável pelo ordenamento urbano da capital. Na melhor das hipóteses, a discussão sobre a matéria só poderá ser iniciada em 2016. As discussões sobre a ocupação do solo estão emperradas. 

A revisão deveria ser feita a cada quatro anos, mas a primeira e última tentativa foi abortada em 2007, após o escândalo da Operação Impacto, um esquema corrupção dentro da Câmara Municipal. Segundo Maria Floresia Pessoa, secretaria adjunta de Planejamento da Semurb, o órgão não tem pressa de regularizar o Plano Diretor. Tal qual um problema que passa pelas mãos de dezenas de matemáticos até encontrar a solução final, as questões de ocupação do solo também devem passar pela análise de vários especialistas até se tornar realidade. 

 Ela explica que é necessário antes regulamentar cinco Zonas de Proteção Ambiental (ZPA) – 06 (Morro do Careca), 07 (Forte dos Reis Magos), 08 (incluem o estuário do Rio Pontengi) 09 (Complexo de dunas do bairro de bairro de Felipe Camarão), e 10 (Farol de Mãe Luíza). Natal tem 10 ZPAs. Também será regularizada a Zona de Especial de Interesse Turístico (Zeit) da Redinha. A prefeitura quer utilizar a área para construir o Centro Administrativo, próxima à Ponte Newton Navarro. Hoje, as áreas estão delimitadas, mas o município não tem informações precisas sobre as estruturas geográficas, ambientais e sociais. 

 As ZPAs existentes respondem por cerca de 40% do território do município. Entre os maiores entraves estão definições sobre o uso de solo das ZPAs 6, 7 e 8. O busílis corresponde aos terrenos das regiões do litoral Sul, Leste e Norte, respectivamente, com intensas discussões sobre projetos de edificação e ocupação predial.O maior exemplo é a ZPA 8, que abrange o estuário do Rio Potengi, entre a Praia da Redinha e o bairro de Felipe Camarão. É a maior em extensão da capital, somando uma superfície de cerca de 2.210 hectares. 

 Setores ligados à construção civil defendem a redução de restrições à ocupação da área. Atualmente, a parcela 81,51% da área total se destina à preservação e não pode ser modificada.“Ainda precisamos encerrar os estudos ambientais e urbanísticos. São áreas frágeis e problemáticas. É um processo demorado”, afirma Floresia. Estudos foram feitos entre 2009 e 2010, mas necessitam de atualização. A previsão é de que a análise de cada uma das ZPAs se encerre em dezembro. Só que isso ainda não implica na imediata regularização de todas as áreas. 

“Os processos também precisam passar pela avaliação dos conselhos municipais (órgãos criados com a participação da sociedade civil)”, conta.Passando pelos conselhos de habitação, trânsito, saneamento e do meio ambiente, com tempo de discussão de 30 dias em cada um deles, o projeto retorna para Semurb, onde serão avaliadas possíveis alterações sugeridas pelas entidades. Só que a burocracia não acaba aqui. 

O projeto deve passar também pelas mãos do Conselho da Cidade, formado por representantes dos movimentos sociais, entidades de classe, empresários, cientistas e pesquisadores, artistas e lideranças religiosas. Só então, a regularização das ZPAs pode ser apreciada na Câmara Municipal.Aprovada, a medida segue para sanção do prefeito Carlos Eduardo Alves, que tinha como uma das bandeiras de campanha fazer a revisão ainda no primeiro ano de governo. Após finalizar os estudos das ZPAs, a prefeitura vai iniciar a discussão sobre o Plano Diretor. 

Uma nova batelada de audiências públicas precisará ser realizada. A previsão é de que os trabalhos sejam iniciados no primeiro semestre de 2016. Para regularizar o Plano Diretor, sancionado em agosto, a cidade de São Paulo realizou 45 audiências.Serão construídas as estratégias e normas para orientar o crescimento urbano, como mobilidade urbana, a novas políticas de ocupação do e o incentivo à construção de moradias populares.

Por Jalmir Oliveira
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A poluição no Rio Potengi

Postado por Rodrigo Ferreira em

segunda-feira, 3 de novembro de 2014


O Rio Potengi vive uma situação dramática. Não somente em função do acidente ocorrido nas últimas semanas, em que toneladas de peixes morreram, mas devido ao lançamento de efluentes de diversos tipos que são descartados em seu leito desde a época do surgimento da cidade de Natal. 

O rio acompanhou o crescimento da cidade, que despejava ( econtinua despejando) em suas águas todo tipo de efluente. Esse crescimento urbano, evidenciado pelo surgimento de bairros populosos e sem infra-estrutura de saneamento básico, juntamente com a instalação de atividades industriais nas margens do rio, intensificou a carga de poluentes lançados diretamente no rio, muitas vezes in natura, contribuindo para um agravamento no quadro de degradação e poluição ambiental. 

 Vários estudos sobre a poluição do rio detectaram elevados índices de poluição química e biológica. Aquela, caracterizada, principalmente, pelo lançamento de metais pesados, muitas vezes tóxicos aos seres vivos, que se depositam no fundo do rio. 

Quando solubilizados, estes metais podem ser absorvidos pela cadeia alimentar aquática, isto é, podem ser ingeridos por peixes, crustáceos ou qualquer outra espécie aquática. Isto é preocupante, pois alguns metais possuem características de bioacumulação. Ou seja, se a concentração de metal corresponde, por exemplo, a X, quando ingerido por um peixe, pode acumular para 2 X, e assim por diante ao longo da teia alimentar. 

Quando essas espécies chegarem a ser consumidas pelos homens, podem ter bioacumulado metal suficiente a ponto de aumentar o seu potencial tóxico e provocar sérios danos à saúde humana. Este é um problema preocupante, pois são muitas as famílias que sobrevivem do pescado do rio Potengi, comercializando-o ou consumindo-o diretamente. 

É certo que o rio Potengi, assim como todo e qualquer ecossistema possui (ou possuía) uma capacidade de suporte que permite autodepurar a poluição ambiental. Com o desastre da última semana, percebe-se que essa capacidade já foi há muito ultrapassada. 

Pode acontecer do rio recuperar a sua qualidade(?) anterior, mas jamais irá se recuperar se não houver uma intervenção política destinada a sanear a poluição do rio. É preciso atuar nas causas, mas também em algumas conseqüências já comprovadas.

Por: Wendson Medeiros
Link: http://www.gostodeler.com.br/materia/2239/poluicao_do_rio_potengi_natal-rn.html
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Despoluição do Rio Potengi está longe de virar realidade


Um dos objetivos da Estação de Tratamento de Esgoto do Baldo, é contribuir para a despoluição do Potengi. Contudo, o resultado das análises da qualidade do efluente que sai da ETE do Baldo para o Potengi, bem como das águas do estuário ainda apresentam uma alta concentração de coliformes.

De acordo com o coordenador de Meio Ambiente do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema), Sérgio Luiz Macêdo, com base em resultados colhidos em dezembro de 2012, e em março e maio deste ano, é possível afirmar que, em termos de carga orgânica, a concentração de demanda biológica de oxigênio (DBO) e de materiais sedimentáveis está dentro dos padrões.

“Entretanto, a concentração de coliformes termotolerantes está muito alta, com valores variando entre 20.000 a 79.000 NMP/100mL, tendo em vista que a ETE ainda não está promovendo a desinfecção do efluente antes dos eu descarte no Estuário do Rio Potengi”, analisou Sérgio Macêdo.

O coordenador de Meio Ambiente do Idema informou ainda sobre a qualidade das águas do rio Potengi no trecho entre o Dique da Base Naval e a Ponte Newton Navarro, com base em resultados do Programa Água Azul.

Entre novembro de 2008 e maio de 2012, após a entrada em operação da ETE do Baldo, as concentrações de oxigênio dissolvido, de matéria orgânica em termos de carbono orgânico total e de valores de metais apresentaram resultados dentro do permitido pela Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Por outro lado, explicou Sérgio Macêdo, constatou-se vez que “as concentrações de coliformes termotolerantes de uma maneira geral tiveram uma redução, mas ainda estão acima do valor padrão de 1.000 NMP/100mL”.

Monitoramento


Em 2012, o Ministério Público obteve decisão favorável para que Idema e Governo do Estado fizessem um monitoramento nos locais onde é jogado o produto do esgoto tratado pela Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern). 

“Com certeza a ETE do Baldo está contribuindo para melhorar a qualidade da água do rio Potengi. Antes o esgoto era jogado in natura e hoje ele é tratado. Mas a ideia é que a Caern faça o tratamento de todos os locais onde ela coleta. Não pode haver nenhum tipo de destinação sem tratamento no Potengi”, avaliou a promotora do Meio Ambiente, Gilka da Mata.

Proposta é expandir saneamento


Enquanto enfrenta dificuldades para efetivar projetos anteriores, a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) lançou na sexta-feira o Sanear, plano de ação que tem por objetivo tirar Natal dos atuais 36,5% para 100% da cidade saneada até o fim de 2015. O Sanear está prevê também investimentos em esgotamento sanitário em outras 18 cidades potiguares.

Em Natal, serão aplicados recursos da ordem de R$ 696 milhões. Os projetos apresentados pela Caern obtiveram mais R$ 293,7 milhões para os bairros que da zona norte, o que deverá trazer benefícios para aproximadamente 214 mil habitantes. Outros R$ 210,2 milhões estão previstos para os bairros das zonas sul, leste e oeste, contemplando 148 mil habitantes.

Segundo a Caern, as obras também chegarão a Areia Branca, Assú, Goianinha, Jardim de Piranhas, João Câmara, Mossoró, Nova Cruz, Pium, Cotovelo e Pirangi, Pau dos Ferros, São José de Mipibu, Tibau do Sul e Pipa, Canguaretama, Apodi, Parelhas, São Paulo do Potengi, Macaíba e Caicó.

Atualmente, o Rio Grande do Norte está 27% saneado. “Nossa meta é sanear 80% do Rio Grande do Norte e isso já está acontecendo”, afirmou o diretor-presidente da Caern, Yuri Tasso Duarte.  

Segundo ele, de R$ 1,4 bilhão em recursos do Sanear, R$ 940 milhões serão destinados para a rede de esgotamento sanitário. Os recursos são provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de financiamento pelo ProInvest, da Caern e do Tesouro Estadual. A contrapartida é de 15%.

“As obras já estão em andamento em 15 cidades, com investimentos viabilizados também pelos próprios municípios. Outras 13 cidades já estão com projetos apresentados pela Caern em análise para garantir mais investimentos”, afirmou Yuri Tasso Duarte .

Fonte: Tribuna do Norte
Link: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/despoluicao-do-rio-potengi-esta-longe-de-ser-realidade/253041
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